23.10.07

Mutilação de clitóris atinge até 140 milhões de mulheres no mundo

Paris, 22 out (EFE).- Entre 100 e 140 milhões de mulheres sofreram ablação de clitóris no mundo todo, especialmente na África Subsaariana, mas também em outras regiões onde a prática é tradicional, e inclusive nos países da Europa e América do Norte, onde o total chega a 6,5 milhões.


Estas são algumas das principais conclusões de um relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estudos Demográficos da França (Ined). O relatório rompe com a idéia de que a mutilação genital feminina é uma prática vinculada à religião muçulmana.

"O principal fator é o étnico, e não o religioso", ressaltam as autoras, Armelle Andro e Marie Lesclingand. A prática, observam, tem a ver com os ritos de iniciação e de entrada na idade adulta de alguns povos.

Andro e Lesclingand explicam que a ablação de clitóris era praticada na África muito antes da chegada das religiões monoteístas. A incidência geográfica corrobora que "não há relação entre a difusão do Islã num país e a proporção de mulheres afetadas pela mutilação", concluem.

Como exemplo, elas apontam o fato de que na Etiópia três quartos das mulheres sofreram a operação, mas os muçulmanos não passam de um terço da população. Já no Níger, só 2% foram mutiladas, quando o país é quase inteiramente muçulmano. Nos países do norte da África, onde a população é também quase 100% muçulmana, a cisão não existe.

Um caso interessante que confirma a tese das especialistas é o do Senegal, também majoritariamente muçulmano. A ablação não é praticada na população mais numerosa, a wolof, mas é relativamente freqüente em grupos minoritários, como os peul, os toulouleur, os soninké e os malinké.

Nos outros continentes, os principais focos nos quais a mutilação feminina é uma prática tradicional são certas partes do Oriente Médio e do sudeste asiático. Os índices mais altos são em países como Iêmen, Indonésia e Malásia.

A imigração levou a ablação a países europeus, como a França.

Segundo as estimativas do Ined, de 42 mil a 61 mil mulheres francesas sofreram a extirpação do clitóris.

As autoras do relatório constataram que a prática está retrocedendo na maior parte dos países. A tendência, avaliam, tem muito a ver com "o grau de mobilização dos Estados" e as recomendações internacionais explícitas contra a ablação nos anos 90. Elas destacam o protocolo assinado em 2003 por todos os países-membros da União Africana, que condena oficialmente e proíbe as mutilações sexuais.

Fonte: Yahoo Brasil


11.10.07

Primeiro astronauta muçulmano embarca à Estação Espacial Internacional, que terá mulher no comando


KUALA LUMPUR - O primeiro astronauta malaio e de religião muçulmana da História, Sheik Muszaphar, embarcou na manhã desta quarta-feira na nave Soyuz TMA-11, juntamente com o russo Yuri Malenchenko e a americana Peggy Whitson, rumo à Estação Espacial Internacional, na qual deverá acoplar no início da sexta-feira. O lançamento foi feito do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. Outra novidade da missão é que Whitson será a primeira mulher a comandar a estação.

- O lançamento transcorreu com normalidade - disse um porta-voz do Centro de Controle de Vôos Espaciais da Rússia.

Após se separar do foguete lançador, a nave russa se encontra em órbita.

- É um pequeno passo para mim, mas um grande passo para o povo malaio - disse Muszaphar, antes de embarcar, citando a célebre frase do astronauta americano Neil Amstrong, quando pisou na Lua pela primeira vez, em 1969.

O "angkasawan" (astronauta em malaio) passará oito dos dez dias da missão na estação. Nela, ele realizará experiências elaboradas por cientistas malaios, como um estudo sobre os efeitos da microgravidade e o uso de proteínas em uma vacina contra o HIV.

O cirurgião ortopedista de 35 anos foi escolhido para a missão há poucas horas, depois de vários meses de treinamento em bases russas e americanas ao lado de outro candidato malaio, o capitão do Exército Faiz Khaled. Muszaphar disse que, mesmo no espaço, vai rezar cinco vezes por dia, voltado para Meca, como manda a religião muçulmana.

A participação da Malásia na missão foi acertada durante uma negociação para a venda de aviões russos ao governo malaio.


Fonte: O Globo online

8.10.07

Estudante de Bangladesh cria robô inteligente com sucata

Aluno da graduação criou robô com peças recolhidas em lojas de eletrônicos e oficinas. Ele espera vender a criação, que atende a comandos sonoros, por menos de US$ 1 mil.

Um estudante da Universidade Islâmica Internacional em Chittagong, Bangladesh, está desenvolvendo um robô capaz de pegar objetos, mapear ambientes e realizar outras tarefa simples com apenas uma fração do custo de outros humanóides.


Feroz Ahmed Siddiky afirma que seu “IRobo” responde a comandos de voz, tem inteligência espacial e é barato por ser feito de sucata recolhida em lojas de eletrônicos e oficinas mecânicas.

“Além disso, esse robô irá atender a diferentes comandos verbais, realizando tarefas como mudar objetos de lugar, limpar superfícies e manter-se em guarda”, afirmou Siddiky. “Ele também poderá ser utilizado em alguns trabalhos arriscados, como em minas de carvão, onde os trabalhadores geralmente sofrem muitos acidentes”.

O estudante vem trabalhando no robô há dois anos e diz que precisa de mais um ano de trabalho de engenharia antes que ele esteja completo. Segundo Siddiky, ele já tem discutido sobre produção comercial do robô com uma empresa de softwares australiana. “Espero que as pessoas possam comprá-lo por menos de US$ 1 mil”, disse.


Fonte: Globo.com

1.10.07

Fundamentalismo Religioso

Abaixo estão trechos do artigo O DIÁLOGO EM TEMPOS DE FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO do teólogo Faustino Teixeira. O artigo inteiro, com suas notas de referências, fornece reflexões e informações muito interessantes e oportunas, e os trechos apresentados aqui visam somente a divulgação do artigo e não substituem a leitura do artigo completo:

[...O fundamentalismo é uma realidade recorrente nas religiões nos tempos modernos, surgindo sempre como uma reação aos problemas da modernidade. Com respeito ao contexto religioso, este termo foi aplicado pela primeira vez por volta da passagem do século XIX para o século XX, referindo-se a um movimento teológico de origem protestante. Este movimento nasce nos Estados Unidos como reação ao modernismo e liberalismo teológico, e assume como bandeira as idéias de inerrância bíblica, de escatologia milenista e anti-ecumenismo...

...Sobretudo após os episódios violentos de 11 de setembro de 2001, a questão do fundamentalismo foi muito enfatizada pelos diversos meios de comunicação. Há uma tendência na mídia ocidental, fortalecida após esta data, de identificar e/ou reduzir o fenômeno do fundamentalismo à questão islâmica. Trata-se na realidade de um grande equívoco. Na verdade, a tendência fundamentalista irá marcar presença no Islã bem mais tarde do que a verificada nas outras duas grandes tradições monoteístas, ou seja, o judaísmo e o cristianismo. Esta tendência irá ocorrer no Islã sobretudo por volta dos anos de 1960 e 1970, em reação ao enraizamento da cultura moderna em solo muçulmano...

...Não há como desconhecer a presença do fenômeno fundamentalista em curso no Islã. Mas seria incorreto e equivocado concluir que todo o Islã é fundamentalista, como afirmou ultimamente o historiador inglês Paul Johson. Na verdade, “a atual explosão integralista, nas suas várias formas e facetas, significa certamente um fenômeno profundo e preocupante mas claramente minoritário (e se espera não duradouro) da secular tensão entre tradição e modernidade, entre sabedoria divina e sabedoria humana que caracteriza o Islã desde suas origens". As formas mais “explosivas” e contundentes dos movimentos islamitas acabam prevalecendo e abafando a realidade mais ampla e complexa do fenômeno do Islã. A exigência de uma relativização não invalida a importância de um trabalho crítico e científico que deve ser feito em favor da compreensão da tradição islâmica para além das transgressões que ela sofreu ao longo da história. Não se pode, entretanto deixar de acentuar a difícil e dolorosa situação que vem provocando a insurgência e afirmação fundamentalista no Islã. Embora seja difícil diagnosticar com precisão as causas deste fundamentalismo, não há como negar sua realidade de “efeito objetivo de fatores cuja eliminação requer nada menos que uma correção de rumos na estrutura de nossa modernidade”.]


Leia o artigo completo aqui