26.4.09

Ser muçulmano está na moda

O protesto de um alemão muçulmano contra a publicação das caricaturas de Maomé e as reações violentas a ela se transformou numa grife que está conquistando os jovens muçulmanos da Europa


INOVADOR
Melih Kesmen decidiu protestar contra as caricaturas do profeta Maomé e contra as manifestações violentas

Melih Kesmen é um muçulmano de 33 anos que trabalha como designer na pequena cidade de Witten, na Alemanha. Ao contrário de 87% dos 3,2 milhões de seguidores do Islã que vivem no país, Kesmen nasceu na Alemanha, e se considera um “muçulmano europeu”. Em 2005, quando morava em Londres, foi um dos milhões de muçulmanos que sentiu ofendido com as caricaturas de Maomé publicadas pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten. A reprodução do profeta é proibida no Islã, e a publicação, repetida por diversos outros jornais europeus, serviu para acirrar ainda mais a conturbada convivência do mundo ocidental com os muçulmanos. Kesmen, abalado tanto pela publicação das imagens quanto pelas violentas reações do outro lado do mundo, decidiu protestar. E hoje a manifestação se tornou a grife StyleIslam, que vem conquistando cada vez mais os jovens muçulmanos europeus, como Kesmen, com mensagens pacíficas.



NA MODA
À esquerda, a ideia que deu origem à grife: "eu amo meu profeta". À direita, uma defesa do "hijab", o véu muçulmano que causa polêmica na Europa: "Hijab, meu direito, minha escolha, minha vida"

Leia a matéria na íntegra na Revista Época


16.1.09

Perda de Terra Palestina de 1946 a 2000


O mapa acima indica a perda de terra palestina de 1946 a 2000. As terras palestinas estão marcadas em verde.

Interrompendo a Guerra Criminosa de Gaza

Por Peter G Cohen – 10 de Janeiro de 2009


O ataque israelense sobre a população de Gaza é contra os Princípios de Nuremberg, os Acordos de Genebra e a Carta das Nações Unidas. É inquestionavelmente um crime de guerra e os Estados Unidos participou.
Os EUA consentiram, se não aprovaram essa guerra. Forneceu os planos e as bombas que Israel usa para destruir a população de Gaza.
De fato, forneceu bombas de perfuração de blindagem de urânio empobrecido (DU), embora os palestinos não tenham blindagem! Não estamos apenas matando civis de todos os sexos e idades, estamos envenenando sua terra e seus genes por gerações.

A participação dos Estados Unidos nesse massacre é bem conhecida.
Nos custará muito a longo prazo, porque está fazendo com que mais pessoas sejam voluntárias para ataques suicidas e outras a apoiar organizações terroristas. Encorajará o ódio aos americanos que forneceram todo tipo de apoio a Israel e até rejeitaram um cessar-fogo até que a situação mude, o que significa até que mais dos membros eleitos do Hamas e seus apoiadores tenham sido mortos.

O que podemos fazer? Primeiro podemos nos educar sobre a verdadeira história de Gaza, as violações contínuas das ordens do Conselho de Segurança da ONU por parte de Israel, as armas e táticas que nossa nação forneceu. A maioria das pessoas que apóia Israel tão cegamente não conhece os fatos. E essas mesmas pessoas não entendem que nossa indulgência cega a Israel criou um monstro que é detestado por muitos de seu próprio povo, como mostrado pela demonstração de 10.000 israelenses contra a guerra semana passada.

O único meio de nós americanos podermos lavar o sangue de nossas mãos é pressionando nosso governo para terminar a guerra e pôr fim ao apoio a Israel, até que páre de ser uma nação violenta e perigosa e se torne um membro cooperativo e em busca da paz da Família das Nações. Por favor, deixe nossos representantes saberem como se sente.

Peter G Cohen, artista e ativista, é o autor de www.nukefreeworld.com e de numerosos artigos na internet. Email: aerie2@verizon.net

Ativistas palestinos, judeus e outros ativistas locais fecham consulado israelense

São Francisco – Um grupo de nove ativistas – palestinos, judeus anti-sionistas e ativistas dos direitos dos imigrantes – bloquearam a entrada do consulado israelense às 8:30 do dia 15 de janeiro de 2009, em um protesto não-violento ao apartheid israelense e seus atuais ataques em Gaza.


Os ativistas se acorrentaram usando algemas e cadeados, fecharam as portas do prédio e em torno de mais 40 pessoas se uniram a eles em apoio. A ação foi organizada em conjunto por palestinos e judeus locais em apoio a: um cessar-fogo imediato, a abertura de fronteiras terrestres, marítimas e aéreas para permitir suprimentos de emergência, e um fim ao suporte financeiro e político dos EUA a Israel.

“Pelos últimos sessenta anos Israel tentou elimintar o povo palestino forçando-o a sair de suas casas e de suas terras, fazendo-os passar fome e matando-os,” disse Maria Poblet, uma ativista de direitos dos imigrantes. “Os cercos e ataques recentes em Gaza não são uma exceção, mas um lembrete brutal de que a matança de civis é uma parte regular da estratégia israelense.”

Organizadores afirmam que a atual situação em Gaza não é um conflito entre dois povos de capacidades equivalentes, nem o motivo de Israel é a autodefesa. “Por um ano e meio Israel impôs sanções sufocantes sob a desculpa de atingir o Hamas, subjugando a população inteira pela falta de comida, água, medicamentos e outros recursos vitais,” afirmou Monadel Herzallah da Rede de Comunidades Palestina dos Estados Unidos. "Os recentes ataques por terra e ar são outro golpe brutal para a população de Gaza que já está preso em um campo de concentração de desespero e pobreza crescente.”

A organizadora Sara Kershnar, da Rede Judaica Anti-sionista Internacional, resumiu o sentimento: “Hoje, como palestinos, judeus e nossos aliados unidos, deixamos clara a nossa posição: estamos de um lado, o lado da justiça; Israel, um estado de apartheid, está no outro.”


Fotos disponíveis em
http://www.flickr.com/photos/34399309@N02/

*Contato:* Harris Kornstein, (510) 343-6065, harris.kornstein@gmail.com
*Vídeo, áudio, e fotos disponíveis.*
*
Disponível para entrevistas:*

Monadel Herzallah, (408) 849-7977
Nadeen Elshorafa, (310) 951-5465
Maria Poblet, (510) 725-9646
Sara Kershnar, (510) 685-5347


NOTA: Versão editada. A mensagem original, em inglês, pode ser lida abaixo na íntegra:

*******************************************************************************

*FOR IMMEDIATE RELEASE*
January 15, 2009

*Contact:* Harris Kornstein, (510) 343-6065, harris.kornstein@gmail.com
*Raw video, audio, and photos available.*
*
Available for Interviews:*

Monadel Herzallah, (408) 849-7977
Nadeen Elshorafa, (310) 951-5465
Maria Poblet, (510) 725-9646
Sara Kershnar, (510) 685-5347

*
Palestinian, Jewish, and Other Local Activists Shut Down Israeli Consulate*

SAN FRANCISCO – A group of nine activists – Palestinian, anti-Zionist
Jewish, and immigrant rights activists – blocked the entrance of the Israeli
Consulate beginning at 8:30am today, in nonviolent protest of Israeli
apartheid and its current attacks on Gaza. The activists chained themselves
together using handcuffs and locks, locked the doors to the building, and
were joined by a diverse rally of over 40 supporters. The action was
organized jointly by local Palestinians and Jews in support of: an immediate
ceasefire; the opening of land, sea, and air borders to allow in emergency
supplies; and an end to US financial and political support for Israel.

"For the past sixty years, Israel has tried to eliminate the Palestinian
people by forcing them out of their homes and off their lands, starving
them, and killing them," said Maria Poblet, an immigrants' rights
organizer. "The recent blockades and attacks in Gaza are not an exception,
but a brutal reminder that killing civilians is a regular part of Israeli
strategy."

Linked arm in arm, Bay Area Jews, Palestinians and social-justice activists
aim to increase pressure on Israel and its supporters in the face of the
21-day siege on Gaza and the growing humanitarian crisis. All nine
activists were arrested after about two hours, charged with trespassing, and
allowed to leave. This action is one in a series that has moved from
Toronto, to New York, to Los Angeles.

Organizers assert that the current situation in Gaza is not a conflict
between two peoples of equivalent capacities, nor is Israel's motive
self-defense. "For the past year and a half, Israel has enacted strangling
sanctions under the guise of targeting Hamas, collectively starving the
entire population of food, water, medicine, and other vital resources,"
stated Monadel Herzallah of the United States Palestinian Community Network.
"The recent air and ground strikes are another brutal blow to Gazans who are
already trapped in a concentration camp of despair and growing poverty."

Activists also spoke out against the US pledge of more than $3 billion each
year in unrestricted aid to Israel. "Israel's use of US aid and military
equipment violates our own laws. We can choose to uphold US and
international laws, or ignore them as we are now doing at the peril of our
conscience and our place among all of humanity," said Nadeen Elshorafa of
the General Union of Palestinian Students.

Organizer Sara Kershnar of the International Jewish anti-Zionist Network
summed up the sentiment: "Today, as Palestinians, Jews, and our united
allies, we make our position clear: we are on one side, the side of justice;
Israel, an apartheid state, is on the other."

-###-

------------------------------
[image: L-R: Nadeen Elshorafa, Monadel Herzallah, Sara
Kershnar]<http://www.flickr.com/photos/34399309@N02/>

more photos available at: http://www.flickr.com/photos/34399309@N02/

------------------------------

*Profiles of Demonstrators*

* Monadel Herzallah *(Fairfield, CA) is a labor activist with family in
Gaza. Early this week, Monadel lost his 21-year old cousin Mohammad to
Israeli violence. Monadel is the national coordinator of the US Palestinian
Community Network. Contact: (408) 849-7977

* Nadeen Elshorafa* (San Francisco) is a Palestinian activist whose family
is from Gaza. Nadeen grew up in Egypt and is now getting a masters in
international studies at San Francisco State University. Contact: (310)
951-5465

* Andrea Salinas *(San Francisco) is a California native of Mexican descent.
She works toward ending societies' reliance on the prison industrial complex
and toward creating real community safety.
Contact: (415) 203-4948

* Maria Poblet* (Berkeley) is a Latina immigrant rights organizer and poet
who grew up in Argentina.
Contact: (510) 725-9646

* Heba Nimr* (Oakland) is a Palestinian-Egyptian lawyer and mediator.

* Marisol Arriola *(Berkeley) is a Mexican-American from a family of
farmworkers. Marisol has been in the bay area for 15 years where she has
worked as a union organizer, youth organizer, and advocate/caseworker for
survivors of domestic violence and their families. She has served as a human
rights monitor in the West Bank and Gaza Strip areas of Palestine. She is a
member of SUSTAIN, Stop U.S. Tax Aid To Israel, and is currently a graduate
student in the department of Social Work. Contact: (510) 485-4136

* Greg Hom *(San Francisco) is Jewish and Chinese, works in libraries, and
is currently focusing his political work on ending Israeli apartheid. Greg
is a member of the International Jewish anti-Zionist Network.

* Mich Levy *(Oakland) is a teacher whose Jewish family immigrated to the US
in the face of pogroms of Eastern Europe. Mich is a founder and organizer
with the International Jewish anti-Zionist Network. Contact: (415) 430-8043

* Sara Kershnar *(Berkeley) is an anti-violence organizer. Her Jewish family
emigrated to New York City in flight from the pogroms of Eastern Europe and
after generations of flight starting with the Spanish inquisition. Sara is a
founder and organizer with the International Jewish anti-Zionist Network.
Contact: (510) 685-5347

------------------------------

*Fact Sheet on Gaza and Israeli Apartheid*

* THE PEOPLE OF GAZA: *Nearly 1.5 million Palestinians live in Gaza, many of
them concentrated in one-half of the territory. In this area, the population
density is nearly 20,000 people per square mile, one of the highest in the
world. More than three quarters of Gaza's residents are refugees who were
driven from their homes during past wars with Israel (in 1948 and 1967), and
their descendants. Israel has permanently barred their return. Over half of
these refugees still reside in Gaza's eight refugee camps. (BBC,
http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/5122404.stm)
*
THE OCCUPATION OF GAZA: *The Gazans have lived under Israeli occupation
since the Six-Day War in 1967. Israel is still widely considered to be an
occupying power, even though it removed its troops and settlers from the
strip in 2005. Israel still controls access to the area, imports and
exports, and the movement of people in and out. Israel has control over
Gaza's air space and sea coast, and its forces enter the area at will. As
the occupying power, Israel has the responsibility under the Fourth Geneva
Convention to see to the welfare of the civilian population of the Gaza
Strip. ("What You Don't Know About Gaza", Rashidi Khalidi, New York Times,
January 7, 2009).

* THE BLOCKADE of GAZA:* Israel's blockade of the strip, with the support of
the United States and the European Union, has grown increasingly stringent
since Hamas won the Palestinian Legislative Council elections in January
2006. Fuel, electricity, imports, exports and the movement of people in and
out of the Strip have been slowly choked off, leading to life-threatening
problems of sanitation, health, water supply and transportation. This
amounts to the collective punishment — with the tacit support of the United
States — of a civilian population for exercising its democratic rights.
(Khalidi, New York Times).
*
THE CEASE-FIRE: *Lifting the blockade, along with a cessation of rocket
fire, was one of the key terms of the June cease-fire between Israel and
Hamas. This accord led to a reduction in rockets fired from Gaza from
hundreds in May and June to a total of less than 20 in the subsequent four
months (according to Israeli government figures). The cease-fire broke down
when Israeli forces launched major air and ground attacks in early November;
six Hamas operatives were reported killed. (Khalidi, New York Times).

* WAR CRIMES: *Israel's current assault on the Gaza Strip cannot be
justified by self-defense. Rather, it involves serious violations of
international law, including war crimes. Senior Israeli political and
military leaders may bear personal liability for their offenses, and they
could be prosecuted by an international tribunal, or by nations practicing
universal jurisdiction over grave international crimes. ("Israel is
committing war crimes." George Bisharat, Wall Street Journal, January 10,
2009.)

* ISRAELI APARTHEID: *Former South African President Hendrick Verwoerd
observed as far back as 1961 that "Israel, like South Africa, is an
apartheid state." In Palestine, the Zionist goal of controlling as much land
as possible without Palestinians led to the large-scale expulsions of
1947-48 and 1967. Today, 92 percent of Israel's land is defined as the
"inalienable property of the Jewish people." Jews anywhere in the world have
a "right to return" and claim citizenship, while Palestinians who were
expelled from their homes are denied the "right to return" guaranteed by
international law. Former President Jimmy Carter defines apartheid as the
"forced separation of two peoples in the same territory with one of the
groups dominating or controlling the other." This accurately describes the
situation in the occupied West Bank, Gaza Strip and East Jerusalem, where
Israeli settlers and soldiers totally dominate the indigenous Palestinian
population. The policies Israel has implemented to carry out its 40-year-old
occupation of the West Bank and Gaza Strip and expropriate Palestinian land
closely mirror the "inhuman acts" that make up the UN Convention on the
"Crime of Apartheid." (US Campaign to End the Israeli Occupation, "Why
Apartheid Applies to Israel",
http://www.endtheoccupation.org/downloads/AAFWhyApartheid.pdf)



1.1.09

A conivência árabe no Massacre de Gaza


Por Alberto Cruz


Tradução de Mônica Muniz


Dezembro/2008 – Ceprid - Com a conivência, aquiescência e aprovação da ONU, da Europa, dos Estados Unidos e dos reacionários governos árabes, Israel envolveu-se numa campanha de extermínio, um holocausto contra os palestinos. Israel jamais quis a paz, somente a rendição. A visão israelense de qualquer processo de paz baseia-se numa lista de “não(s)”: não ao direito de retorno, não ao reconhecimento dos direitos históricos e políticos dos palestinos em Jerusalém, não ao desmonte dos assentamentos, não ao estado palestino soberano.

Com o objetivo final de impor sua própria visão de paz, Israel está inteiramente preparado para degradar a vida dos palestinos, limitando sua liberdade de movimento através de assassinatos e prisões, destruição de casas, universidades, mesquitas, hospitais e recursos agrícolas e pesqueiros. O cerco a Gaza é a prova clara do comportamento dos nazistas do século XXI: os sionistas. O massacre de Gaza é a prova clara dos novos SS: soldados sionistas. As alternativas para os palestinos são claras: abandonar o Hamas ou morrer, seja por meios militares, seja por meios “civis”, como o bloqueio e o cerco. Uma lição de democracia na mais pura forma pela “democracia do Oriente Médio” por excelência.

Para esta finalidade, Israel conta com seus melhores aliados que, apesar das aparências, não são os Estados Unidos e sim os reacionários regimes árabes. A Arábia Saudita e o Egito foram informados do ataque, conforme relatado pelo diário Al-Quds Al-Arabi, em sua edição de domingo, de 28/12. Uma hora antes de o ataque começar, a mídia saudita já acusava o Hamas pelo que acontecia, enquanto o jornal árabe Al-Sharq Al-Awsat, de Londres, publicava uma entrevista com Shimon Perez, dizendo que Israel não iria atacar Gaza e que os israelenses estavam “prontos para a paz”. Obviamente, uma entrevista que tem que ser encarada como uma manobra sionista com para permitir que o massacre fosse o mais completo possível, uma medida claramente explicada pelo repórter do jornal israelense Há’aretz, em sua edição daquele domingo.

Durante dias, os jornais israelenses relataram o “sinal verde” dado pelos regimes árabes para a eliminação dos principais líderes do Hamas. Assim como fizeram durante a Guerra do Líbano, no verão de 2006, os reacionários regimes árabes sentiram um arrepio gelado percorrer a espinha quando movimentos político-militares, como o Hizbollah, derrotaram o onipotente exército sionista, ou o Hamas, que venceu as eleições democráticas e resiste a um cerco que dura mais de ano e meio. Os reacionários regimes árabes podem aguentar uma derrota (como a que o Hizbollah impôs a eles, mas não podem se esquecer que graças àquela derrota o Plano de Paz aprovado por uma ineficiente e inoperante Liga Árabe implodiu em 2002), mas não a duas. E o Hamas não é o Hizbollah. É muito mais fraco e foi esta realidade que permitiu e estimulou o massacre. O caso mais óbvio é o do Egito, que reforçou o fechamento de Rafah, apenas uma semana antes do massacre sionista.

O secretário geral do Hizbollah, Hassan Nasrallah, está certo quando acusa esses regimes de colaboração e de agir no sentido de derrotar o “último vislumbre de resistência” ao projeto neocolonial apoiado pelo imperialismo no Oriente Médio. Ele sabe do que está falando porque isto já foi feito a eles em 2006. E, portanto, ninguém esquece que a arrogância israelense não tem limites e que a ONU permitiu que o regime sionista fizesse o que gosta, no domingo 28: enquanto o massacre sobre Gaza estava em curso, cinco aviões de guerra sionistas mais uma vez violaram o espaço aéreo libanês, voando sobre Nabatia, Marjaun, Jiam e Arqoub. O que fizeram os soldados da ONU? Como de costume, nada. Afinal, eles estão lá para proteger os israelenses, não os libaneses.


Os reacionários regimes árabes estão lá para se protegerem, não aos palestinos. Egito e Arábia Saudita conseguiram adiar para 31 de dezembro a “reunião de emergência” da ineficiente e inoperante Liga Árabe. Da mesma forma que fizeram no Líbano, eles preferiram dar tempo para que Israel acabasse ou enfraquecesse o Hamas, Para eles, aquela organização político-militar é o problema, não o regime sionista.'

O Egito jamais se esqueceu de que o Hamas se recusou a antecipar as eleições, conforme sugerido por Mubarak, com o objetivo de fortalecer Abbas. E, muito menos, aceitou que o Hamas se retirasse das conversações de “diálogo nacional”, até que o regime egípcio abrisse a fronteira com Rafah. O Egito não podia aceitar isto e este foi o motivo da aprovação realizado por Israel.

Porém, o mais miserável de todos os lideres árabes é Mahmoud Abbas, que se intitula “Presidente da Autoridade Palestina”, ao mesmo tempo em que acusa o Hamas de ser o responsável pelo massacre por ter-se recusado a ceder aos desígnios sionistas e ocidentais. Aproveitando-se da matança, ele já disse que assumirá a administração de Gaza se o Hamas for derrotado. Estamos lidando com um regime na Cisjordânia ao estilo de Vichy, tendo Abbas como seu general Pétain, servindo a Israel nazista do século XXI.

Lançar tais indivíduos no lixo da história é uma obrigação. Derrotar os regimes árabes reacionários é um direito. A solidariedade com os movimentos populares árabes e, principalmente com os sindicalistas (1) egípcios tem que ser prioridade para o movimento antiimperialista mundial.

E o mesmo pode ser dito a respeito dos governos europeus e dos Estados Unidos. A chama grega, como a olímpica, deve espalhar-se na causa pela paz e justiça social. O capitalismo oferece apenas um tipo de paz verdadeiramente democrática, a do cemitério

Notas:

(1) Hossam El-Hamalawy: "La resistencia en Egipto" http://www.nodo50.org/ceprid/spip.php?article265

Alberto Cruz é jornalista, analista político e escritor, especializado em relações internacionais.
Centro de Estudios Políticos para las Relaciones Internacionales y el Desarrollo (www.nodo50.org/ceprid)


Original em inglês: Arab Connivance in the Gaza Massacre