25.2.15

ISIS queima 8.000 livros e manuscritos raros em Mosul


Enquanto o mundo assistia ao Oscar o povo de Mosul assistia a um show diferente. Estavam horrorizados ao ver os membros do ISIS queimarem a biblioteca pública de Mosul, bombardeando a biblioteca com explosivos improvisados. Entre os muitos milhares de livros que abrigava, mais de 8.000 livros e manuscritos raros foram queimados.

A biblioteca foi estabelecida em 1921, mesmo ano do nascimento do Iraque moderno e entre as coleções perdidas estavam manuscritos do século 18, livros siríacos impressos na primeira gráfica do Iraque no século 19, livros da era otomana, jornais iraquianos do início do século 20 e algumas antiguidades como um astrolábio e um relógio de areia usados pelos antigos árabes. A biblioteca tinha hospedado bibliotecas pessoais de mais de 100 famílias influentes de Mosul ao longo do século passado.

Durante a invasão americana ao Iraque em 2003 a biblioteca foi pilhada e destruída, mas as pessoas vivendo nas proximidades conseguiram salvar a maioria de suas coleções e famílias ricas compraram de volta os livros roubados, que foram devolvidos à biblioteca.
“Há 900 anos, os livros do filósofo árabe Averróes foram coletados e queimados diante de seus olhos. Um de seus estudantes começou a chorar ao testemunhar a queima. Averróes disse a ele... as ideias têm asas... mas choro hoje por causa de nossa situação”, disse Rayan al-Hadidi, um ativista e blogueiro de Mosul.

No mesmo dia em que a biblioteca foi destruída o ISIS aboliu uma antiga igreja em Mosul: a igreja de Maria, a Virgem. O teatro da Universidade de Mosul também foi queimado. Na província de al-Anbar a campanha do ISIS de queimar livros destruiu 100.000 títulos e em dezembro passado o ISIS queimou a biblioteca central da Universidade de Mosul.