9.7.15

Muçulmanos americanos angariam US$ 300.000,00 para ajudar no conserto de igrejas queimadas nos EUA

Fatimah Knight, a estudante muçulmana que iniciou a campanha para angariar fundos para ajudar no reparo das igrejas

Quando Fatimah Knight procurou amigos e conhecidos muçulmanos para tentar ajudar as igrejas de comunidades negras que tinham sido destruídas pelo fogo, ela não tinha ideia do quanto conseguiriam angariar.

Hoje, conseguiram levantar pouco menos de US$ 30.000 – dinheiro que será usado para ajudar sete igrejas que foram destruídas no sul dos Estados Unidos depois do ataque em Charleston e da campanha contra a bandeira confederada.

A campanha de Fatimah Knight – empreendida enquanto os muçulmanos em todo o mundo marcam o festival do Ramadã – se seguiu a um empreendimento menor e mais modesto iniciado depois do tiroteio que matou nove pessoas na igreja metodista de Charleston, em 17 de junho. Ela e alguns amigos queriam angariar US$ 500 para enviar flores. Conseguiram US$ 900.

Quando ela e os mesmos amigos leram sobre a série de igrejas queimadas, quiseram agir da mesma forma. Várias organizações islâmicas responderam ao chamado dela, mas pessoas de outras crenças também doaram.

“É Ramadã e experimentamos em primeira mão a beleza e santidade de nossas mesquitas durante esse mês sagrado”, diz uma mensagem postada no site launchgood.com 

“TODAS as casas de adoração são santuários, um lugar onde todos devemos nos sentir seguros, onde podemos buscar refúgio quando o mundo é difícil demais para suportar.”

Fatimah Knight, que faz mestrado no Seminário Teológico de Chicago, disse que alguns de seus conhecidos questionaram a campanha e perguntaram por que ela estava levantando dinheiro para casas cristãs de adoração, ao invés de fazê-lo para uma causa muçulmana, mas a maioria deu apoio.

Ela disse que o Islã ensinou a necessidade de proteger os fracos e vulneráveis e que embora as comunidades cristãs negras não sejam fracas, estavam vulneráveis.

“Sou negra e me identifico com a comunidade negra em geral. Historicamente a comunidade negra tem sido vulnerável”, disse ela.